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Assista ao nosso documentário: Cartas para um amanhã: compartilhando histórias e poéticas do teatro na escola

Reflexões sobre o XV Fórum de diálogos no parque do sabiá

quarta-feira, 26 de março de 2014

        Sábado parcialmente nublado, tarde gostosa e antes mesmo de o sol se por, estávamos saindo do parque do sabiá após a realização de mais um fórum de diálogo de educadores. Muitas questões passaram pela minha cabeça, e uma reflexão em especial me chamou a atenção: Como foi oportuno aquele encontro! Deixe-me relembrar...


            No dia do encontro especificamente, a mudança do verão para o outono. À nossa volta no parque, muita vida como árvores, crianças, animais, elementos da natureza como a água, o sol, o vento, etc... um ambiente maravilhoso!

            Iniciamos aquele encontro à tarde, depois das 14 horas cantando melodias propostas por nossa Maria Claudia, e me veio à cabeça: Há quanto tempo não tínhamos a oportunidade de cantar juntos ao ar livre?!? Como ela havia dito no dia, o ato de pronunciarmos as cantigas, está para além de credos religiosos!

            Independentemente das palavras em ritmo terem vindo de uma tradição indígena, ou de mantras de países orientais, somos seres singulares entre o céu e a terra, enfatizou Maria Claudia naquela oportunidade.

            Observei com aquela experiência uma afinidade muito grande entre os componentes do grupo, o ofício profissional! Somos professores de crianças, jovens e adultos. Temos práticas teatrais, um ofício desafiador, o que me fez lembrar, das lavanderias do Vale do Jequitinhonha, e do canto celebrado pelo homem em tantas partes distintas do mundo.
            Interrompi por um instante minhas lembranças do passado. Desejei um ato presente – iniciar a leitura do volume literário que cada um dos participantes foi presenteado no encontro, “Poesia dos olhos”.

         Depois da leitura, transcrevi dois trechos interessantes da leitura que realizei. – O menino que está pesquisando o que é poesia e encontra a avó "a quem as pessoas não davam muito crédito por estar com a testa povoada de rugas" (p.61). Ela responde à pergunta do menino: "Poesia é como um jeito que a gente dá o coração." E mais adiante... "E estando assim cheia e vazia ao mesmo tempo, a pessoa acaba escrevendo, cantando, dançando, deixando escapar para o mundo o que sente, fazendo o invisível aparecer. Poesia é um jeito, amor que a gente vê no mundo e devolve ao mundo" (p. 62).

            As pessoas reunidas de quem nos referimos acima (antes de parar para a leitura do livro e do trecho em azul, alinhado por minha conta à direita) são todas fazedoras de "poesia" e voltei-me então a elas no momento do fórum, focalizei o instante após a entrega de descrições de algumas ações em andamento no projeto Partilhas, Ateliês e redes de cooperação, e então iniciamos o momento da roda de conversa, com um tema muito sugestivo: “A Aprendizagem em Teatro e a educação inclusiva”, e para tal discussão, dirigimo-nos para um quiosque do parque próximo à entrada principal onde estávamos até então.
            Elegemos o quiosque, que tinha uma mesa e um banco de concreto, o nosso novo “quartel general”. Colocamos tecidos para forrar o gramado ao lado, e distribuímos sobre eles lanches que bebidas que trouxemos de casa.
            Sentamo-nos no chão. Éramos (pela sequência em que registramos os nomes na lista presença): Fabinho, Juliana, Ricardo, Gabriela, Valéria, Giovanna, José Luiz, Marcelo, Maria Claudia, Keila, Maíra, Getúlio e eu, Vilma Campos!
            Para início de conversa sobre o tema “A Aprendizagem em Teatro e a educação inclusiva” uma dificuldade de terminologias na própria educação inclusiva, pois como foi dito pelos presentes, há uma mudança constante de nomenclaturas. Independentemente da qual usarmos, fica no ar sempre a sensação de que não contempla a complexidade humana. De "portadores de necessidades especiais" a "deficientes", poderemos incluir toda e qualquer pessoa, pois cada ser é único e não há no mundo que tenha uma eficiência plena, única e que não precise do outro.
            Seguindo com nossa prosa, chegamos a uma expressão que embora possa parecer longa, nos ajudou muito nos compartilhamentos, nos referíamos "a pessoas com necessidades especiais mais explícitas e diagnosticadas pela medicina." Foram vários e diversos os contextos e exemplos expostos, os que se colocaram ou não, os que estão ou não diretamente envolvidos com esse público alvo, nesse momento do trabalho.

            Para mim foi um momento muito significativo porque realmente senti-me no meio da taba e a uma acepção da palavra "fórum" que me lembrou justamente a discussão dos assuntos comuns que envolvem uma determinada coletividade.

            No debate e relatos de experiência apresentou-se um panorama envolvendo escolas públicas na periferia, escolas particulares ou associações específicas; crianças, jovens, adultos ou faixas etárias diferentes em um mesmo grupo; equipe de apoio presente ou ausente; pais engajados ou com dificuldades de aceitação da condição de seus próprios filhos.
            Independentemente dos níveis de dificuldade que todos, temos e das possibilidades, de cada estrutura que cada um vive, dos limites "no passar a mão na cabeça" dos aprendizes, entre outros pontos, foram momentos de troca, sem julgamentos de valor e com bom humor, como me pareceu ser adequado para quaisquer experiências de partilha.

Nosso próximo encontro

            Imaginamos no encontro as possíveis ações futuras que o projeto pode realizar, por exemplo, o encontro dos projetos "Dançando pela vida" (Fabinho), Grupo na APARU (Juliana) e E.M. Presidente Itamar Franco (José Luiz). Importantes forças de ligação que podem surgir nessa corrente, para além do momento do Fórum. Nosso encontro ficou com "gostinho de quero mais", e, já no momento final de preparação do próximo encontro, acordamos que o XVI Fórum de Educadores de Teatro será às 14 h na Academia Ritmo Dança de Salão (R. Javari, 153 - Jd Lídice,) dia 26 de abril.

            Na primeira metade do trabalho, Fabinho conduzirá as atividades práticas e participaremos juntos com o grupo que ele trabalha. A equipe do projeto que se reúne semanalmente e/ou qualquer educador também pode contribuir com um momento de condução. Basta sinalizar com antecedência com o Fabinho e equipe do projeto para a organização do tempo, espaço e material. Na segunda metade do encontro, todos os educadores estão convidados a levarem imagens de trabalhos realizados com os seus grupos de trabalho "que contenham pessoas com necessidades especiais mais explícitas e diagnosticadas pela medicina". Levaremos computador e projetor para o encontro. Os do grupo do Fabinho, serão convidados a continuarem conosco, se quiserem e puderem, na segunda metade. É provável que esse compartilhamento não só finalize o primeiro tema, mas seja também "a deixa" para um novo assunto no XVII Fórum.

            Finalizamos a roda com o relato espontâneo da Keila, professora de História que participou pela primeira vez do Fórum. Ela compartilhou conosco o relato de que se sentiu acolhida pelo grupo e que o formato foi bem diferente do que ela imaginou inicialmente (algo formal para o nome "fórum"). Que bom que tenha estado conosco (assim como todos os outros que vieram). Espero que Keila possa comparecer aos encontros seguintes, assim como outras pessoas que não chegaram ainda ou que não puderam estar nessa tarde.


            Todos os educadores que tenham afinidade com as práticas teatrais, independentemente de suas áreas de formação de origem, são muito bem vindos para que possamos continuar a nos aproximar e para que possamos continuar a ter momentos de partilhas e de cooperação entre nós.

Att, Professora Vilma Campos e equipe do Projeto Partilhas Teatrais
Uberlândia, 26 de Março de 2014


ABAIXO, IMAGENS DO ENCONTRO...










Um comentário

  1. Pena que não consegui participar deste, mas no próximo com certeza estarei presente.

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